segunda-feira, 26 de maio de 2008

ANDARILHO

O andarilho segue.
Conhece sua cidade.
Cada canto, cada rua.
Caminha sem rumo.
Corta bairros,
Seja dia, noite.
Apenas anda.
Vê o que outros não vêem.
Detalhes da cidade.
E ele a conhece como ninguém.
Suas curvas,
Suas delícias.
Ela a ama como a uma
Mulher.
E ele segue.
Apenas caminha.
E se apaixona pela cidade.
A sua cidade.
A sua amada.
A sua mulher.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

INÚTIL REBELDIA

Coloco um piercing no nariz
Com um brinco de pressão,
Uma tatoo de nanquim
Pra tirar com sabão.
Pinto o cabelo até a raiz
De verde ou azulão.
Faço cara de ruim,
Mas não passo de um bundão.
Ouço rock pesado,
Banco até o revoltado,
Uso corrente no pescoço
Fechada à cadeado.
Meus vizinhos até acham
Que eu virei viado,
Porque não falo com ninguém
E ando com um bando de macho.
Luta do proletário, não sei o que é isso.
Anarquia, nacionalismo,
Pra mim, nada disso faz sentido.
Falsa atitude,
Inútil rebeldia,
Retrato da juventude
Que vive hoje em dia.
Não passo de um burguês
Filhinho da elite,
Nunca protestei na rua,
Sou um punk de butique.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

LAPA, CAIPIRINHAS E KEROUAC


Noite chuvosa.
Os Arcos são lavados
Pra mais uma sexta.
A noite começa,
Com vai terminar...
Não posso saber.
Estou num bar.
Tenho as companhias
De três travestis
Na puberdade e
Kerouac. Ele me distrai.
Eu aguardo.
Elas também.
Eu, minha companhia
Desta noite e mais uma dose,
Elas, a pizza
Que será seu jantar
Pra mais uma noite
De trabalho.
A noite está só começando.
É sexta.
E nem eu nem as meninas
Sabemos como vai acabar.