domingo, 23 de setembro de 2007

UM CRIME PERFEITO (PARTE FINAL)

(Continuação.)
Numa noite, ao voltar para casa, planejando uma possível mudança, as pessoas já estranhavam que sua mulher não voltava, Pedro entrou em casa e ficou intrigado: a luz da cozinha estava acesa, o rádio ligado na estação favorita de Vânia. Achou aquilo estranho, não se lembrava de ter ligado o rádio pela manhã e o fato de ser justo nesta estação, bem, ele não ligava o aparelho desde aquela noite. Também não lembrava de ter deixado a luz da cozinha acesa. Passou pelo rádio, desligou e foi entrando na cozinha já com a mão no interruptor. Pedro ficou paralisado, não sabia o que fazer e apenas ficou olhando sem qualquer reação. Não podia acreditar, de costas para a porta, fazendo o jantar e cantarolando estava Vânia. Fazendo o jantar como sempre fazia e cantando a mesma canção. Ela se virou para ele. Seu rosto estava lívido como cera, seus olhos estavam sem vida, ela sorria para ele, mas seus dentes estavam amarelados e no seu pescoço estava a ferida aberta onde antes havia um machado. Ele foi recuando assustado, sem saber o que fazer foi andando para a sala devagar, enquanto isso ela procurava iniciar uma conversa informal como sempre fazia quando Pedro chegava:
- Como foi seu dia querido? Espero que não esteja com tanta fome, o jantar vai demorar um pouco.
Pedro não acreditava nos seus olhos, estava louco, pensou ele. Não podia ser, ela estava morta, ele mesmo a matou, o que era isso? Vânia ia voltar para a cozinha, então se virou e disse:
- Ah querido, ia me esquecendo... O Mauro vem jantar aqui hoje conosco, você não se importa não é? Ou você tinha outros planos para nós? - Dito isso voltou para a cozinha terminar o jantar.
Pedro estava apavorado, não sabia o que fazer, não conseguia pensar direito. Correu até o quintal. Foi até o local exato onde tinha enterrado os dois traidores. O lugar estava intacto. A terra não havia sido remexida. Então voltou para a sala, tinha que pensar em algo, ele não podia estar louco. Possivelmente isso tudo era um pesadelo e iria acordar a qualquer momento. Mas seu medo aumentou. Quando olhou para a janela da cozinha viu Vânia, ou aquilo que parecia ser sua esposa, cortando um pedaço de carne com o mesmo machado sujo de sangue que ele usou para assassiná-los. Pedro entrou correndo em casa, tinha que fazer alguma coisa. Nem teve tempo de planejar. Assim que entrou tocou a campainha. Ele foi abrir e tentava inventar alguma coisa para justificar aquele cadáver ambulante em sua casa. Abriu a porta apreensivo e quase desmaiou. Na sua frente, sorrindo com a mão estendida para cumprimentá-lo, estava Mauro com o mesmo olhar sem vida, o mesmo sorriso amarelado e com a cabeça aberta no mesmo lugar que entrara o machado.
Ele não pensou mais em nada apenas estendeu a mão para Mauro, não teve mais qualquer reação. Ao tocar a mão do amigo sentiu-a fria e do seu corpo saia um cheiro de terra com lama. Eles sentaram no sofá e Mauro foi até a cozinha cumprimentar Vânia e trazer duas cervejas. Pedro ficava cada vez mais em pânico. Não conseguia entender toda essa loucura. Mortos não voltavam do túmulo, não bebiam cerveja, não cozinhavam. Aquilo não estava certo. Enquanto isso Mauro falava de trivialidades, comentava sua última viagem, falava de futebol, que era do que gostava de falar e Pedro respondia com palavras curtas. Nesse intervalo Vânia pôs a mesa do jantar e chamou-os. Ela sentou ao lado de Pedro, acariciou sua mão e começou a falar de assuntos banais.
O jantar foi correndo dentro de uma normalidade que assombrava Pedro. Este enlouquecia cada vez mais. Olhava para os dois agindo como se nada tivesse acontecido. Parecia que não se davam conta de suas mortes. Olhava para a mesa e via o machado que Vânia usava para cortar a carne. O que pretendiam. O enlouquecer? Estavam conseguindo. Assombrar-lhe para sempre? Ele não suportaria. As horas iam passando. Os dois continuavam lá. Pedro já começava a falar coisas sem sentido. Dizia que eles tinham que perdoá-lo, que ele não queria ter feito aquilo, mas eles não davam importância, apenas papeavam. Pedro se desesperava cada vez mais, tudo a sua volta já não fazia mais sentido. Ele só queria sair dali, se livrar daqueles dois zumbis que tinham voltado para atormentá-lo.
Pedro olhou o relógio. Eram duas e meia da manhã. Foi exatamente nessa hora semanas atrás que Vânia e Mauro foram assassinados. E era nessa mesma hora que os dois se encontravam na sua sala, jogando cartas e bebericando. Era nessa mesma hora que Pedro, já completamente sem juízo, daria um fim ao seu crime perfeito. Ele se levanta, vai ao telefone e chama a polícia. Num instante de lucidez ele pensa: o que vou falar para eles, que tem dois defuntos na minha sala jogando sueca? Eles não iam acreditar. Quando ouviu alguém dizer alô ele disse:
- Houve um crime na Rua Dr. Ricardo Reis 1936, venham rápido.
Colocou o telefone no gancho, sem qualquer razão olhou para os dois. Mauro sorriu para ele e disse:
- Fez a coisa certa meu amigo.
Pedro voltou para o sofá e ficou aguardando a polícia enquanto os dois conversavam. Já não suportava o cheiro de carne morta misturada ao cheiro de terra. Não sabia o que ia fazer, apenas esperou os policiais. Não demorou muito e sirenes piscaram em sua janela. Ele correu desesperado para o portão. Mal os policiais entraram no jardim ele foi dizendo:
- Tira eles daqui, eles estão na minha sala, tira eles daqui!
- Eles quem senhor? Informaram que houve um crime aqui, foi o senhor que ligou?
- Foi, é pra tirar eles daqui, vem, eles estão na sala, com o machado, vem...
Pedro estava transtornado. Entrou correndo na sala seguido dos policiais.
- Lá estão eles, leva eles daqui que eu não agüento mais.
Os guardas se entreolhavam. Um deles disse:
- Senhor, não tem ninguém aqui.
Pedro correu os olhos pela sala, não havia ninguém. Mas sua mente estava a muito abalada, ele virou para os policiais e disse:
- Eles foram pro quintal, eles se esconderam lá, eu mostro pra vocês.
- Eles quem senhor, o senhor está bem?
- Estou, vem rápido antes que eles fujam.
Pedro estava desesperado, ele correu na frente dos guardas, pegou a pá e começou a cavar no local onde havia enterrado sua esposa e seu amante.
- Estão aqui. Os dois traidores. Estão aqui. Estão se escondendo de mim. Não querem que eu saiba o que estão fazendo, mas eu sei onde eles estão. Aqui olhem, eles estão aqui!
Pedro chamou os policiais. Estava completamente louco. Os policiais se aproximaram. Na beira da cova eles viram o que Pedro escondeu por semanas: os corpos decompostos de Vânia e Mauro e o machado ainda manchado de sangue. Pedro enlouquecido gritava para os policiais:
- Leva eles daqui. Leva eles embora. Eles querem me levar para junto deles. Eu não quero ir. Leva eles embora!
Pedro saiu carregado por dois policiais. Os vizinhos se juntaram no portão para ver o que estava acontecendo. Ouviram uma gritaria, viram um carro de polícia se aproximar e todos assistiram a prisão dele. Uns diziam que ele tinha cozinhado a mulher e o amante, outros que tinha enterrado no quintal, outros mais criativos ainda diziam que os corpos ainda estavam dentro da casa e que já tinham visto Pedro, naquela noite mesmo, conversando com eles. Quando saiu o carro cada um foi para sua casa e essa história rendeu os comentários maledicentes por, no máximo, três semanas.
Pedro não mora mais na Rua Dr. Ricardo Reis 1936, agora ele vive numa cela acolchoada num hospital psiquiátrico para detentos. Já se passaram dois anos. Pedro foi julgado como louco. Vive a base de sedativos e drogas pesadas. Os médicos dizem que seu quadro clínico é devido à culpa da traição e do assassinato de pessoas que amava. Mas dizem também que aos poucos ele vai recobrando a lucidez, em algum tempo pode até ser que ele possa se integrar à sociedade.
A sua memória está voltando. Durante esses dois anos que lhe medicavam ele tinha um único sonho, era seu reflexo vermelho diante do espelho de sua antiga casa. Era a única imagem que vinha na sua cabeça. Mas ele está ficando melhor, consegue lembrar do que aconteceu, só que não lembrar como a polícia descobriu, como foram parar na sua casa naquela noite. Não sente culpa pelas mortes. Na verdade não sente nada. A enfermeira está voltando. Vai aplicar uma outra dose dos remédios. Novamente vai dormir e ter aquele sonho vermelho, é melhor isso que pensar em tudo que aconteceu.
Pedro acordou horas depois, estava tonto, via tudo embaçado. Sentiu que tinha alguém o observando. Não identificava quem era. Poderia ser qualquer um, o médico, a enfermeira com uma nova dose, sua visão estava muito turva para identificar. Foi melhorando aos poucos. Viu que havia mais duas pessoas em sua cela. Achou estranho, em dois anos não havia tido companhia de ninguém. Se estivesse como ele, meio lúcido, teria alguém para conversar e isso era bom. Como não estava imobilizado conseguiu coçar os olhos para enxergar melhor. Entrou em pânico. Começou a gritar. A enfermeira veio correndo com outros para segurá-lo. Pedro tinha tido uma crise e gritava:
- Tira eles daqui, tira eles daqui!
- Mas não tem ninguém aqui, só você!
- Mentira, tira eles daqui!
Os enfermeiros conseguiram imobilizá-lo e lhe aplicaram um sedativo mais forte. Pedro foi acalmando e enquanto seus olhos iam fechando ele pôde ver Vânia e Mauro ao seu lado, lhe fazendo companhia e sorrindo carinhosamente. E enquanto ele adormecia, Vânia dizia:
- Eu nunca vou te deixar sozinho, meu amor, pode acreditar.
- Nem eu, até por que amigos de verdade são pra essas coisas!
- Nós vamos cuidar muito bem de você, pode ter certeza disso!

domingo, 16 de setembro de 2007

UM CRIME PERFEITO (PARTE I)

Pedro deitou na cama cansado. Seu peito subia e descia de maneira ritmada, tentando recompor o fôlego perdido. Olhou para suas mãos, estavam sujas ainda de terra e sangue. Não quis lavá-las. Queria que ficassem assim para sempre, como uma tatuagem que o lembraria a cada instante da sua dor e sua recompensa. O quarto estava escuro, mas mesmo assim conseguia ver toda a cena como num filme. Acariciava os lençóis que horas antes eram testemunhas de sua vergonha. Nem se deu ao trabalho de tirá-los da cama, lhe dava prazer o cheiro de sangue e sexo que impregnava o lugar. Não se arrependia. Não pensou em nada na hora, apenas que o mal devia ser retirado pela raiz, sua honra devia ser lavada, devia haver redenção para sua vergonha. Pedro relembrava e saboreava cada momento, cada grito, cada súplica. Deliciava-se com som de carne sendo cortada, ossos sendo partidos, o gosto de sangue respingado em sua boca.
Por ironia os dois foram enterrados um em cima do outro. Não tiveram tempo de reagir ou se explicar. O medo e a surpresa ainda estavam estampados em seus rostos quando Pedro jogou a primeira pá de terra na cova nos fundos de sua casa. Agora não ririam mais dele, não o enganariam mais. As duas pessoas em que mais confiava, Vânia, sua esposa há 15 anos e Mauro, seu amigo de infância. Não teve tempo de saber se era a primeira transa deles ou se já o enganavam há muito tempo. Também nem quis saber. A única coisa que lhe interessava ele já sabia: sua mulher estava trepando com seu amigo na sua cama enquanto estava viajando. Não quis avisar que a volta tinha sido antecipada, quis fazer surpresa, mas quem se surpreendeu foi ele. Ouviu rumores ainda da sala. Estava tudo apagado e o quarto com a luz acesa e a porta entreaberta. Eles nem ouviram seus passos de tão envolvidos que estavam. Pedro voltou ao quintal, abriu sua caixa de ferramentas, pegou o machado recém amolado na sua última viagem a Itatiaia e voltou para dentro da casa. Não disse nada. Aproximou-se da cama, olhou bem nos olhos dos dois que balbuciavam alguma desculpa esfarrapada que Pedro não ouvia. Mauro foi o primeiro, nem teve como reagir, quando tentou se enrolar no lençol sentiu a lâmina fria em sua cabeça. Toda a raiva de Pedro foi transferida para sua mão. O golpe foi certeiro. Atravessou a testa e ficou preso no osso frontal. Tirou o machado e foi atrás de Vânia que correra para o banheiro. Assustada não conseguia fechar o trinco. Pedro entrou e ainda conseguiu ouvir a esposa implorar por perdão. Era tarde, não havia perdão. O sangue jorrou em seu rosto e sua roupa. Estavam mortos. Tinha se vingado.
Não se preocupou com o sangue espalhado. Foi para o quintal e cavou um buraco bem fundo que coubesse os dois corpos. Primeiro levou o corpo de Vânia, mais leve, jogou na cova e voltou para pegar Mauro. O corpo dele era mais pesado, mas Pedro nem notava o peso, fazia tudo sem pensar muito, sua preocupação era apenas se livrar dos corpos. Tirá-los do seu convívio para que nunca mais se lembrasse da traição. Jogou o corpo do amigo por cima do de sua mulher. Era já madrugada, não havia viva alma que pudesse ver e estranhar aquele homem todo sujo enterrando alguma coisa em seu quintal. As casas estavam apagadas e nenhum vizinho ouvira qualquer ruído. Sua casa ficava no meio de um grande terreno e era impossível que alguém pudesse ouvir qualquer coisa.
Pedro acordou, sujo, cansado, não teve sonhos, não relaxou, apenas fechou os olhos e adormeceu. Olhou em volta, viu as manchas de sangue espalhadas pelo quarto, foi ao banheiro e se viu no espelho através do sangue seco. Lembrou-se de tudo. Não sentia arrependimento, na verdade não sentia nada, estava vazio. Deu-se conta de que devia limpar tudo e eliminar as provas. O machado tudo bem, havia enterrado com os corpos, mas tinha que se livrar dos lençóis, limpar tudo e, principalmente, tinha que inventar um motivo para a ausência deles. De Mauro era fácil, não era casado, sua família havia morrido, era sozinho e trabalhava viajando, se os vizinhos notassem sua ausência era só dizer que fora transferido para outro estado. Já sua mulher era mais complicado, mesmo vivendo longe dos familiares uma hora procurariam por ela e quanto aos vizinhos, era só dizer que tinha ido visitar os parentes, pelo menos por um tempo não o incomodariam.
Pedro limpou tudo, queimou os lençóis que eram a prova concreta, física da sua honra lavada. Foi trabalhar normalmente, agiu como se nada tivesse acontecido. Para os vizinhos e colegas do trabalho ele iria ficar algumas semanas sozinho devido a uma doença de algum parente de sua mulher, nada de extraordinário. Voltava para casa toda noite, jantava, via um pouco de tv e dormia cedo. Ele passou mesmo a acreditar na sua história e com isso foi criando uma rotina. À noite quando ia se deitar, porém, lembrava de tudo, dos dois juntos na cama, do vermelho do sangue, do barulho da terra caindo sobre os corpos. Acordava no meio da madrugada, sempre na hora exata das mortes, e pensava como seu crime tinha sido perfeito, sem provas, sem testemunhas, álibis perfeitos. No seu intimo se vangloriava da sua façanha. Passaram-se as semanas, numa monotonia prazerosa, Pedro deliciava-se das suas lembranças secretas, quando alguém se lembrava de Vânia ele dizia que ainda iria demorar um pouco para voltar e dizia com a segurança de que logo ela cairia no esquecimento.
(Continua...)

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

É SÓ O AMOR QUE CONHECE O QUE É VERDADE

Estou diante do computador e acabei de assistir o Acústico Sandy & Júnior que me deixou muito emocionado. Discussões de gostos à parte, o que mais me emocionou foi como suas músicas tratam do mais nobre sentimento que é e sempre foi inspiração para praticamente todos os músicos e poetas: o amor.
Foi o amor por Penélope que levou Ulisses a enfrentar a ira de Posseidon e voltar para casa depois de dez longos anos. Foi também esse sentimento que levou Tristão a se refugiar na corte do Rei Artur após fugir com sua amada Isolda, esposa de seu tio, por ele Dante atravessou o inferno para encontrar sua amada Beatriz e foi também o responsável pelas mortes de Romeu e Julieta.
Ele é tema recorrente desde os gregos antigos com suas tragédias e mitos. Histórias como a de Eros e Psique, Píramo e Tísbe, entre outras já permeiam nosso imaginário há séculos e foi fonte de inspiração de muitas obras literárias como é o caso de Tristão e Isolda e Romeu e Julieta que tem referência direta ao mito de Píramo e Tísbe. A obra A Divina Comédia mesmo (já citada em outra coluna) tem como razão de ser devido ao amor de Dante por Beatriz. O amor também foi responsável pelos mais belos sonetos em língua portuguesa. Quem nunca cantou os versos de Camões, nem que fosse ao ritmo de Renato Russo: “O amor é um fogo que arde sem se ver. / É ferida que dói e não se sente. / É um contentamento descontente. / É dor que desatina sem doer”. Nunca um sentimento tão indefinível foi tão bem definido por um poeta.
No Brasil também muitos poetas e escritores escreveram obras reverenciando o amor: Tomás Antônio Gonzaga e os versos de Marília de Dirceu, Álvares de Azevedo e seus amores platônicos, Joaquim Manuel de Macedo com sua Moreninha e o amor proibido de Riobaldo Tatarana por Diadorim, do grande mestre Guimarães Rosa.
E da mesma forma que na literatura, na música não é diferente. Várias são as formas que o amor é cantado. Pode ser pueril e até infantil como nas canções de grupos infantis dos anos de 1980 como o Trem da Alegria e até dos próprios Sandy & Júnior. Pode ser sofrido e cheio de adultérios como as canções dos anos de 1940, pode ser o amor cotidiano de músicas como Café da Manhã ou Detalhes, da melhor fase do Roberto Carlos.
Ele foi por ser cantado de várias formas que ele pôde ter a cara de cada brasileiro, desde o amor a uma prostituta (Eu Vou Tirar Você Desse Lugar, de Odair José), ao amor platônico (Timidez, do Biquini Cavadão), até mesmo ao amor homossexual (Daniel na Cova dos Leões, Meninos e Meninas e Vento no Litoral, da Legião Urbana), todas são maneiras de cantar esse sentimento que embala os corações dos homens até hoje.
Eu precisaria de um espaço muito grande para falar desse sentimento tão belo, tão contraditório e que é almejado por todas as pessoas. Mas com certeza eu retomarei o tema em outras colunas e por isso vale a dica: busquem essas obras e essas canções, vejam quais poemas falam mais fundo em seus corações e declamem para a pessoa amada. Vamos espalhar o amor que é isso que anda faltando nesse mundo louco. E para finalizar deixo vocês com mais um pouco de Camões: “Eu cantarei de amor tão docemente, / por uns termos em si tão concertados, / que dous mil acidentes namorados / faça sentir ao peito que não sente.” Um forte abraço e fiquem com Deus.
(Texto originalmnte publicado na coluna Letra Literal, no site www.vistolivre.com de 05/09/2007.)